Por Anne Moura
Hoje celebramos o Dia Internacional da Mulher Negra Latino-americana e Caribenha, um dia de reflexão da luta contra o racismo e o machismo enfrentado nesse contexto. A data foi criada pela Organização das Nações Unidas (ONU), no ano de 1992 após o 1º Encontro de Mulheres Negras Latino-americanas e Caribenhas, realizado no mesmo ano, na República Dominicana e que deu voz e destaque a estas mulheres que reivindicavam seu espaço na sociedade.
31 anos depois, a data continua sendo um importante símbolo de resistência. Muitos avanços foram conquistados e cada vez mais vemos as mulheres negras organizadas e atuantes na luta contra o machismo e o racismo. Mas, ainda faltam lugares de destaque nos espaços de poder e tomada de decisão. Nossa luta, como movimento de mulheres, é levar cada vez mais mulheres negras para a frente do cenário político.
Mas o dia de hoje também representa a resistência e a memória de uma grande mulher, tão necessária e importante para a luta de todas as mulheres da
Amazônia, a grande Mãe Nonata. Nascida às margens do rio Juruá, dedicou-se às religiões de matriz africanas e aos movimentos sociais e políticos do nosso estado.
Mãe Nonata articulou a organização de matriz africana do Amazonas, que mais tarde ficaria conhecida como Articulação dos Povos e Comunidades Tradicionais de Matriz Africana, a Aratrama. Foi dirigente do PT Amazonas, atuante na lutas do movimento negro e de mulheres e é hoje uma importante referência para as mulheres que seguem nas fileiras de lutas.
Mãe Nonata teve papel fundamental na Articulação Nacional dos Movimentos Sociais e foi uma importante liderança no Movimento Sem-Terra. Sua força e coragem na busca por uma sociedade igualitária e mais justa, inspiram muitas mulheres na construção desse ideal de mundo. Para sempre. Viva as mulheres negras, latinas e caribenhas! Viva Mãe Nonata e a força feminina!
